terça-feira, 7 de abril de 2009

A economia mundial: tendências de globalização e regionalização

Ao se falar em regionalização no sentido econômico da palavra, seguimos direto ao ponto que nos interessa nesse momento: os Blocos Econômicos. Mas afinal, o que são eles?

Como Bloco Econômico, podemos entender a reunião de países que têm como objetivo a integração econômica e/ou social, podendo ser classificado em cinco categorias, cujos significados veremos abaixo:

Áreas ou Zonas de Livre Comércio → O menos ambicioso dos tratados econômicos. Trata-se de um acordo entre os países-membros, a fim de eliminar restrições tarifárias e não-tarifárias no que diz respeito a circulação de mercadorias entre os integrantes.

Uniões Aduaneiras → Uma área de livre comércio que vai um pouco além: prevê, além daquilo que firma uma Zona de Livre Comércio, a fixação de uma tarifa externa comunitária, ou seja, um tributo válido para importações provenientes de fora da área.

Mercados Comuns → Engloba as regras da União Aduaneira, mas não para por aí: além de assegurar a livre circulação de mercadorias, visa a circulação de capitais, serviços e pessoas através das fronteiras dos países integrantes.

União Econômica e Monetária → Mercado comum acrescido de uma moeda única, onde as moedas nacionais dão lugar a uma nova moeda, controlada e emitida por um banco central supranacional.

Áreas de Integração por Investimentos → Espaços geográficos que, nas palavras de Magnoli (2000), se verifica uma dinâmica de crescimento econômico fortemente interdependente. Isso se dá porque corporações direcionam investimentos para países vizinhos, deslocando unidades produtivas, implantando filiais, comprando empresas locais, etc. Tais investimentos geram um comércio intra-regional e “invisível”, já que as unidades deslocadas importam das suas matrizes todo o aparato necessário, montando uma cadeia produtiva interligada. Porém, as Áreas de Integração por investimentos não possuem um espaço geográfico definido pelos Estados e podem, desta forma, se expandir ou de contraírem, independente da vontade dos governantes. Ex.: Bacia do Pacífico.

A figura abaixo nos ajuda a entender as características acima de maneira simplificada:


Mas afinal, a multiplicação desses blocos econômicos ameaçam fragmentar a economia mundial, através do isolamento de macro-áreas em si mesmas? A tendência à regionalização implica um obstáculo para a integração global dos mercados?

Sim e Não.

De um lado, fluxos comerciais já existentes são redirecionados, devido a atração exercida pela remoção de barreiras alfandegárias, atuando contra a tendência de globalização. Ao mesmo tempo, novos fluxos comerciais são criados, uma vez que a retirada de barreiras alfandegárias estimula a importação de produtos, uma vez que ocasionam a diminuição de preços, estimulando o comércio e, consequentemente, atuando a favor da globalização.

Atualmente, com o crescimento do comércio internacional, a criação de novas oportunidades de intercâmbio é mais intensa que o redirecionamento de fluxos já existentes, graças a diminuição da prática do protecionismo por parte dos países integrantes de blocos regionais, que preferem rebaixar também as tarifas de mercadorias importadas de fora do seu bloco.

Porém, a globalização não se restringe apenas ao comércio. No que diz respeito às áreas de atuação de empresas transnacionais, os blocos econômicos impulsionam a estruturação de um mercado globalizado. Exemplo disso é o Mercosul, uma Zona de Livre Comércio que incentiva os investimentos estrangeiros nos países do bloco, uma vez que as unidades produtivas instaladas nos limites do Mercosul se beneficiam amplamente pela remoção de barreiras alfandegárias entre os países, a exemplo de montadoras de carros, empresas agroindustriais e construtoras.

Desta forma, podemos concluir que a regionalização não representa uma barreira a globalização. Os blocos regionais, pelo contrário, formam a estrutura orgânica da economia mundial. Por isso, o fortalecimento da última implica a multiplicação dos primeiros, constituindo um regionalismo benigno, que precisa ser distinguido da modalidade segregacionista.



Referência bibliográfica:
MAGNOLI, Demétrio. Globalização Estado Nacional e Espaço Mundial. Coleção
Polêmica. São Paulo: Moderna, 1997.

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