sábado, 21 de março de 2009

A ascensão do Hamas ao governo palestino e as novas configurações político-espaciais na Palestina

Em resposta as contribuições do Prof. Celso Tavares ao tema levantado no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=1451092&tid=5288998409646592544

"Conflito em Gaza: quem é o maior terrorista?
A grande imprensa não se cansa de rotular o Hamas e o Hezbollah de organizações terroristas, já que atentam contra a vida de civis israelenses. No entanto, o atual massacre israelense em Gaza, onde dezenas de civis palestinos, incluindo bebês e crianças, são trucidados pelas forças de Israel, é apenas classificado como ação militar, ou, até mesmo, cinicamente, como reação contra o Hamas. Pura hipocrisia! O que estamos presenciando é o que se pode denominar "terrorismo de Estado" contra um povo sem Estado!"

Quanto a está questão acho que ela está tão clara que não há como negar as injustiças que estão acontecendo, acredito, por outro lado que o debate acerca dos motivos que estão por trás desse quadro de hipocrisia e a denuncia do que está acontecendo com o cunho de abrir os olhos das pessoas para a verdade por trás dos panos. Esse quadro está em debate na academia, sinal disso é o tema da prova didática para tutores do CEDERJ: “Avanços e retrocessos na questão palestina”. Eu busquei a ótica das “Novas configurações político-espaciais na Palestina” e “A ascensão do Hamas ao governo palestino”. Embasando a aula na questão da construção do muro da Cisjordânia (um crime contra os valores ocidentais de liberdade e democracia e que financiam esse ato) a perda de poder político do Al-Fatar devido à política de “abaixar a cabeça”, a corrupção dentro da ANP. Esses dois fatores levam a perda do poder do presidente Mahamoud Abbas (Al-Fatar), soma-se a isso o fato do Hamas não ser apenas um braço armado, ele mantém uma rede de assistência a população palestina como creches, hospitais e redes de distribuição de alimentos (não sei dizer em que termos, devemos lembrar que as informações que saem de lá são dúbias) e a gota d’água foi a retirada israelense da faixa de gaza, que sinaliza, e talvez tenha sido mesmo, uma vitória crucial e heróica para o povo palestino.

Todos esses fatos acabaram por fortalecer o Hamas que venceu as eleições legislativas da ANP, em 2006. O Hamas, como partido político, passou a ocupar 56% das cadeiras frente a 34% ocupadas pelo Al-Fatar. Esse fato levou ao endurecimento, outrora pacato, da Autoridade Nacional Palestina, e possibilitou a saída de noticias “inconvenientes”, que ajudam a compreender com mais clareza os fatos. Mais o mais importante é que a verdade é jogada na cara de todos, “os limites da democracia burguesa”.
O primeiro a questionar a própria democracia foi posto pelo ministro de Israel Ehud Olmert ao anunciar que o não é possível negociara com o novo parlamento e que continuara com os “assassinatos seletivos”. Diversos outros líderes mundiais, inclusive dos EUA, compartilham e apóiam a posição de Israel, entretanto outras organizações e países defendem a validade do processo democrático palestino.

Quanto à configuração espacial é importante ressaltar, que além da estratégia de manter a descontinuidade do território palestino e a falta de acesso ao mar (limitado apenas a faixa de gaza), o governo de Israel está construindo, em quanto falamos, o muro da Cisjordânia, que tem cerca de 80% de sua extensão em território palestino segundo os limites estabelecidos pela, se não me engano, ONU em 1967. Foi considerado ilegal em 2004 pelo tribunal internacional de Haia e o Tribunal da ONU afirma que o muro é uma tentativa ilegal de anexar território. Mas o que tem sido feito, efetivamente, para evitar a sua construção? Quem souber comente ai e contribua para o debate.


O Hamas diz ser possível aceitar o estado israelense, desde que este e demais países mediante a exigências como: Os limites territoriais de 1967, reconhecimento do estado palestino e a volta dos cerca de quase 400 mil refugiados. Tais exigências parecem ser difíceis de serem aceitas pelo estado de Israel que já manifestou através de seu muro ilegal e suas declarações de que a volta dos refugiados quer dizer mais terroristas para as linhas de frente do Hamas, o que possivelmente não deixe de ser verdade, entretanto não me parece ser um argumento valido.


A crise mundial pode ser uma virada desse quadro com a conseqüente perda da ajuda internacional a Israel que financia suas manobras militares sobre os palestinos trazendo um pouco mais de igualdade de condições ao conflito, resultando em um possível avanço do Hamas.


Bibliografia

COGGIOLA. O. Revolução e contra-revolução na palestina: Da partilha imperialista a vitória do Hamas Disponível no Sítio da Internet: http://insrolux.org/joomla/index.php?option=com_content&task=view&id=172&Itemid=51, acessado em 04/03/2009.


Para ver: http://popgeografia.blogspot.com/2009/03/faixa-de-gaza.html

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